quinta-feira, 24 de março de 2011

(IN) DISCRETO (336)

Não me escancare tanto ao mundo (me guarde)
Deixe um pouco pra mim (só) pra mim (...)
Quando me leio em ti (desperto) o que havia tão bem reservado (revolvo sentimentos sinceros)
É inevitável o choro,
a voz embargada,
os olhos marejados,
o coração apertado,
esta agonia que me es-vazia (...)
Não me escancare tanto ao mundo (me proteja)
Permita apenas que eu minta (dissimule) corrija, me defenda (não reviva).
Não me dê nome (batismo)
Não me dê endereço (diga somente que tenho casa)
Permita apenas que eu encerre (vigie)
enquanto me guio (rumo, prumo) por tantos meandros frios, renúncias quentes (prefira, pondere)
Permita que eu me descubra espontânea e nem tão (pouco) óbvia aos teus (quaisquer) olhos,
mas continue me observando, me traduzindo, me interpretando (me lendo)
porque gosto que me permitas (ser)
percorrendo a minha história (já tão sua, tão nossa)
e me contando (a minha vida) por tua guia
Me transcreva.
Me exponha.
Me narre.
Me apague.
Me dispa.
Me meça.

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