quinta-feira, 26 de julho de 2012

PROMETIDA (319)


Quando te vi (cega),
Tua luz me direcionava,
Aturdia e alumiava...
Tu estavas ali
E estavas à minha espera,
Eu te chamava...
Perguntei-te por onde andavas perdida e se a cá estavas
E tu me respondeste que sim (encontrara).
Confessei que sabia consciente, 
A boa nova que se anunciava,
Assopraram em meus ouvidos, a tua tão bem-vinda chegada
E tua pele, tua febre, minha morada...
Ah! Tua pele, tua febre, minha morada...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

SEM NOME (320)


Renegaste (a ti mesmo) tua própria natureza...
Como perdoar-se, se golpeaste quem deverias proteger - quem a ti adoravas e quem tu adoravas - incutindo-lhe desgosto profundo?
Desvirtuaste teu sentimento, tua guia...Perverteste teu fim (em si mesmo)...

Como suportar a angústia de rejeitar-se ?
Não há dor mais lacerante, mais solitária, mais silenciosa, mais desesperadora...
Não há pior castigo do que aquele que se impõe a si mesmo...
Não há pior claustro do que aquilo que já foi feito...

Resta-te apenas esperar pelo alento que o tempo poderá trazer-te e, enquanto não o vem...amargura tua estupidez cega, teu remorso...espera, espera, espera...pelo perdão que não será o teu próprio, porque este, não o virá. Mas mesmo assim espera...
Porque é só o que a ti (te resta).