sexta-feira, 29 de julho de 2011

Poderia... (326)

Comecemos pelo fim
(passou)
e tu passastes por mim...
porém,
não o permitiria
que o fosse
em brancas linhas...
então,
ofereço-te mais este
(é de bom grado)
Aceita-o
e a nossa ironia
(por fim, era eu quem novidade te trazia),
mas tu já carregavas o peso de uma escolha
e a prova não era minha...
(eu soube, mas já o sabia)
e tu te despedistes de mim,
sem choro,
sem rancor 
e sem mágoa...
porque anunciada,
pressentida,
como a tua chegada...
e tu me dissestes que tens um fim
(finalidade)
um prazo,
uma validade...
Mas cogitou,
hesitou,
não por mim,
por nós...
eu sei e tu sabes...
e tu me dissestes mais,
sujo (?)
alcunhou-te
a ti própria...
mas por mim,
não sei de tuas dores
(não me contastes)
não tive tempo...
nem eu e nem tu
(não mo demos)
e em verdade,
se acaso soubesse,
não te julgaria
(menor)
como não te julgo hoje...
não te apontaria
(pior)
como não te aponto hoje...
mas lamento,
o teu prumo,
a tua decisão
(e não a minha)
porque eu sei e tu bem sabes,
que poderia...

sábado, 23 de julho de 2011

19-91 (327)

Pressenti tua chegada
(tive medo)
(receio)
e quando me abordastes
(cogitei)
mas tu me estendestes a mão
e me destes boas vindas (...)
e tanta novidade tu me trazias
(porque não? É o que dizia)
então,
me oferecestes um número,
um nome
e uma assertiva
(teu rastro)
meu caminho,
tua guia
(segui)
como tu assim querias (...)
mas chegou o dia
que não esperava
(tão cedo)
e nem tão tarde
(confesso)
que tuas palavras coerentes 
e não as minhas,
que teu discurso coeso,
me pesaram tão mais que tua idade
(deixando tanto sem resposta)
que plagiando o poeta "a mão que bate e espalma"
(a mim e não a ele)
curvou,
calou-me
e assenti
porque as escolhas nunca foram minhas,
porque o sim e o não, que agora me ardia,
a mim não pertenciam
e tive de seguir
porque tentar 
(por ti)
não me adiantaria,
porque ficar
(por mim)
já não me cabia (...)
e sem calar o que sentia,
perguntei e obedeci,
porque ser ignorada
(por ti)
não me valeria
e novamente
(me repetindo)
a voz que me alumia (...)
só o que me resta,
é por-te em linha,
na tentativa
de por-te um ponto
(final).

sábado, 16 de julho de 2011

A CÁ ESTÁ (328)

Abordaste-me pedinte,
respondi que te reconhecerias em minhas linhas
(em qualquer dia)
despretensiosamente,
me leria e seria a ti
quem encontrarias ...
A cá está,
fi-la pra ti,
com quem comunguei
tantos gostos
e desgostos tantos outros,
que tu nem imaginas ...
e se acaso quis dizer mais do que disse,
(em tão breves linhas)
já não me recordo,
portanto,
o que há, é só.
Espero que baste.

terça-feira, 12 de julho de 2011

CAMALEOA (329)

Uma muda não te veste,
renova-te
(inova-te)
em ato contínuo,
na ânsia de ser quem és
(doce arfã de quem alumia)
(...)
Reinventa-te nesta tua morada
que agora te cabe, mas
(não) te comporta
e ao revés do quanto esperado, intentado, previsto (...)
extrapola,
espande,
contagia,
mas não se perde em meio a tantas formas (tuas),
identifica-se,
(encontra-te)
personifica,
inebria,
encanta
e assim
só assim,
se satifaz.